Levando não só ração e grãos, os sacos de ráfia viajam BR de cima a baixo, nas estradas de ferro e de terra. Função cumprida, os que tiveram sua vida útil prolongada às mãos e trabalho de coletores vão parar em diversas feiras e mercadões Brasil à dentro, onde apenas lavados ou transformados em sacolas, tornam-se artigos para uma variedade ainda maior de possibilidades, agora envolvendo o artesanato e a arte. Alguns deles escolhidos pelo artista Diego de Santos, numa rua de armazéns na cidade de Fortaleza, serviram de base para a construção das estampas da coleção. Recortados, desfiados e tramados novamente, o trabalho parte da própria iconografia à qual se destina o saco, e então uma nova paisagem é formada através da colagem, paisagem que torna a misturar, os lugares uma vez já percorridos. Neste retramar vestígios do caminho são denunciados ao embolar origem e destino, mapa de rotas que se forma.
